A noite, Castiel se preparava para ir ver a namorada, quando a campainha tocou. Deveria ser um de seus amigos, o que era estranho pois ele já tinha avisado que iria na casa da Pandora, naquela noite. Nem mesmo abriu a porta e uma mulher a empurrou, e já foi entrando, e gritando. Era sua sogra.
- Onde está minha filha ?!! - Cast gelou com a pergunta, afinal ela não estava com ele.
- Pandora sumiu ?
- Não se faça de desentendido, eu sei que ela está aqui ! - Michelly procurava com o olhar por todos os cantos. As vezes encarava o genro, querendo esgana-lo.
- Ela não tá aqui. Alias, eu estava indo na sua casa agora mesmo.
Sra. Michelly sentiu as pernas amoleceram, o garoto parecia estar falando a verdade. Então onde estaria sua filha ?
Castiel teve pressentimento de que a mãe de sua namorada iria desmaiar, por isso a levou até a sala e a convidou para sentar. Correu até a cozinha e pegou um copo d'água para a inesperada visita.
-Obrigada. - agradeceu, pegando o copo. Depois que se acalmou um pouco, começou a contar - Fui até o quarto dela agora de pouco, e nada ! Ela não estava lá, e algumas peças de roupa sumiram. Pensei que ela estava aqui, de novo.
- Seria melhor se estivesse.
- Eu não entendo porque essas coisas estão acontecendo. Ela sempre foi uma boa filha, quero dizer, meio maluca, e nunca gostei das roupas e do cabelo dela, mas nunca havia tido nenhum boato de que ela fumava, e nunca saia sem avisar. - desabafou com as mãos segurando a cabeça.
- Talvez a senhora devesse dar mais liberdade para ela.
- Ela só tem quinze anos ! Deixar ela namorar com você, e ter essa banda, já é liberdade demais.
- Pra mim, fumar e beber não é tão divertido, porque não faço para afrontar meus pais, nem faço escondido, afinal eles sabem. Quando se da liberdade, fazer coisas "erradas" perdem um pouco a graça.
- Quer dizer que se eu deixar ela fumar, ela para ?
- Não, não vai parar porque já é viciada. Mas pelo menos ela não vai fugir de casa.
- E como vou encontra-la agora ?
A Sra. Michelly via o genro como única esperança para encontrar a filha, estava desesperada, pensando nas milhares de coisas que poderiam acontecer a sua pequena Pandora.
Castiel por sua vez, estava furioso com a atitude infantil da namorada, que só piorava a situação. Começou a ligar para os integrantes da banda, depois para os outros amigos e amigas dela.
Ao final da agenda do celular, ainda não havia a encontrado.
- Ninguém sabe dela.
- Bom, obrigada pela ajuda, vou para casa, e qualquer coisa me telefone.
Acompanhou a sogra até a porta, mas não voltou para dentro, pegou seu impala e foi até o lugar onde tinha certeza que ela estaria.
* * *
Chegando ao Refúgiu, abriu a porta com cautela, (todos da banda possuíam uma cópia da chave). Entrou e logo viu o cabelo vermelho de sua namorada, enrolado em um pesado cobertor, largado no sofá. Se aproximou e sentou ao lado dela. Enseguida a acordou.
- Porra, o que tu tem na cabeça ? - começou Castiel, estava furioso por ela ter fugido de casa, ao mesmo tempo que estava aliviado por ela estar ali e não perdida em algum beco da cidade fazendo sabe-se lá o que.
Ela abriu os olhos devagar, e o encarou. - É sério Pandora, caralho, sua mãe foi na minha casa desesperada atrás de você. Que ideia idiota, fugir de casa.
- O que tem demais ? Eu já fugi pra morar com você.
- Poderia ter me ligado, pelo menos.
- Pra que ? Não sou tão dependente assim, posso me virar sozinha. Ia ficar no refugiu hoje e procurar um apartamento amanhã.
- Com que dinheiro tu quer bancar uma casa ?
- Eu trabalho... Lembra ?
- Nossa Pandora, vê se cresce ! Porque tu fugiu ?
- Porque minha mãe quer separar a gente !
Por alguns minutos ninguém disse mais nada. Castiel se jogou numa cadeira próxima ao sofá, e ficou pensando no que fariam agora, pensou em telefonar para a mãe dela, mas com certeza ela iria dizer que ele estava escondendo sua filha naquela casa, e blábláblá.
Depois de pensar muito bem, decidiu.
- Tu tá fora da banda.
- O-o que ?!?!
- Vamos arrumar outro baterista, mas você tá fora.
- Tá terminando comigo, também ?
- Não, eu te amo, mas já vai ser dificil pra gente se ver, pra tu tocar na banda então... nem se fale.
- Falta pouco pro show, onde vai arranjar um baterista ?
- Baterista é o que não falta, nessa cidade. Vou até uma escola de música amanhã, ver o que acho por lá.
- Nossa, que merda, tu não pode me expulsar da banda !!
- Eu já tinha falado isso pro Alexy e pro Armin, eles concordaram.
A discussão continuou por pelo menos meia hora, com direito até de choro, e implorações. Castiel conseguiu convencer a namorada, com muito esforço, de que era melhor assim; Conseguiu também arrancar dela toda essa ideia de fugir de casa.
Levou-a de volta para casa; E foi surpreendido por uma reação gentil dos pais de Pandora, aparentemente ele havia ganhado alguns pontos com os sogros, aquela noite.
Depois de deixar a namorada "fugitiva" em casa, resolveu passar na casa de Lysandre, afinal ainda eram dez e meia, da noite, de uma sexta-feira.
Chegando a casa do amigo, notou uma estranha movimentação lá dentro, da varanda ficou a espreita, tentando ouvir o que as vozes lá dentro falavam. Leight brigava com a namorada, aparentemente ela tinha feito algo muito grave. Ouviu passos se aproximando da porta, e mais que depressa ele tocou a campainha, para dar a impressão que acabara de chegar. A porta abriu-se, por ela passou, aos prantos, a ex namorada de Ly, atual de seu Leight. Cast se lembrava da época que ela namorou com seu melhor amigo; Era uma garota festeira, bastante impulsiva e explosiva, não combinava nada com o jeito calmo e misterioso de Ly, mas é como dizem "os opostos se atraem.". Na verdade ela não combinava com nenhum dos dois irmãos. Leight não era tão reservado, mas era muito fino. A porta ficou entre aberta, e por ela pode ver Leight sentado na poltrona zebrada, com as mãos na cabeça. A moça ligou o carro e foi embora. Castiel entrou na casa, e foi até o irmão mais velho do amigo, que mais parecia um daqueles príncipes que vemos no cinema. Castiel sempre se lembrava dele como um cavalheiro medieval.
- Véi. O que aconteceu aqui ?
Leight levantou da poltrona, arrumando o longo sobretudo preto com detalhes roxos. Passou uma mão pelo rosto e começou a caminhar pela sala.
- Castiel, não te preocupes, queres falar com meu irmão ? Ele saiu, pra dizer a verdade não sei para onde. Bem, quer beber algo ?
- Obrigado Li, de boa. Mas e ae, o que houve ?
- Brigas de casal... Coisa atoa.
- Ah, sei... Bom, eu deveria ter ligado pro Ly antes de vir aqui... Vou ligar agora. Valeu.
Pelo jeito que Luiza saiu, parecia ser mais do que uma briga de casal.
Luiza era muito atraente, tinha uma beleza diferente, pois não fazia questão de ser bonita, sequer se arrumava para isso, apenas, era.
Castiel caminhou até o carro, desconfiado e pensativo. Telefonou para Lysandre antes de dar partida.
- Onde tu tá ? Onde fica isso ? ... Tá sozinho ?... Tá, vou colar ai. - E desligou. Lysandre estava em um bar no centro da cidade, sozinho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário