quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

V.6 Nono Capitulo


- Pan, levante.. - Chamava o Sr. Pierre da porta do quarto da filha. Estava atrasado para o trabalho, trabalhava aos sábados até o meio dia. O escritório era um lugar cansativo, principalmente aos fins de semana, porém não tinha escolha, já que tinha uma filha de dezesseis anos para cuidar. As vezes queria voltar para quando era jovem e sua única preocupação era deixar seu Maverick verde, sempre limpo e brilhante.
- O que foi, pai ? - respondeu de dentro do quarto, ainda muito sonolenta, e sem a minima vontade de acordar cedo em um sábado.
- Precisa estar acordada, pois vão trazer o sofá novo que sua mãe comprou, hoje.
- E dai ?
- Você vai recebe-los, assinar os papeis, e depois pode dormir.
- Porque a mamãe não faz isso ?
- Ela vai sair, vai ao mercado. Vamos pequena, levante logo. Estou indo para o trabalho, até mais.

Sr. Pierre sempre foi muito carinhoso com a filha, havia ficado um pouco chateado por descubrir que ela estava fumando, porém não podia falar muito, pois escondia o mesmo vicio da mulher há dezoito anos.
Depois que ouviu o carro do pai sair, Pandora continuou deitada na cama, não queria encontrar com a mãe aquela hora, que provavelmente estaria mal humorada.
Algum tempo depois, Sra. Michelly bateu a porta do quarto da filha, e saiu.
Pandora se levantou, sentia-se animada, sua mãe já não estava lhe dando nenhum sermão, talvez tivesse medo que ela fugisse de casa, novamente. Colocou uma música alegre, para tocar no seu computador, e telefonou para Castiel.

                                                                          * * *
O sol entrava pelos vidros do carro, nem sinal da chuva da noite, o céu estava limpo e claro. Uma música começou a tocar, Castiel acordou com a cabeça doendo e a boca seca, atendeu o celular sem nem mesmo conseguir abrir os olhos por conta da claridade.
                                                                          * * *
- Oi, amor, tu tá na sua casa ? - Pandora limpava seu quarto e arrumava algumas gavetas enquanto conversava com o namorado pelo viva voz.
                                                                          * * *
Castiel olhou ao seu redor; Estava em uma rua sem movimento, a sua direita um bar, onde ele deveria ter tomado todas ontem, mas não se lembrava direito. Olhou para o banco de trás e viu Lysandre dormindo profundamente. Um cheiro de whisky e cigarro começaram o sufocar. Abriu a porta do carro rapidamente e saiu. O ar fresco da manhã encheu-lhe os pulmões e ele conseguiu responder a namorada que aguardava na linha.

- To sim amor, porque ? - Mentiu. Não tinha necessidade em falar que na verdade ele não sabia onde estava, apenas sabia que estava de ressaca, dormindo no seu carro na frente de um bar.

                                                                          * * *
- Ah, porque eu to com saudades, e tu poderia vir aqui me ver, já que minha mãe não tá aqui e tals.

                                                                           * * *
- Claro amor, só vou tomar um banho, e vou pra sua casa. - Desligou o celular e voltou para o carro. Tentou, diversas vezes, acordar Lysandre, mas parecia que o amigo não iria acordar tão cedo. Recostou a cabeça no banco e tentou se lembrar onde estava. Depois de algum esforço, conseguiu criar em sua cabeça um mapa meio destorcido. Finalmente conseguiu se localizar e voltar para casa.

- Lysandre... Acorda, caralho. - Castiel cutucava o amigo, até que este finalmente abriu os olhos.
- Onde a gente tá ? - Sua cabeça estava explodindo, teria sido melhor ficar dormindo.
- Em casa. Vou pra casa da Pan, e ela não sabe que a gente saiu pra beber, então nem fala nada. Vou tomar banho, tu quer comer alguma coisa ?
- Não, posso ficar na sua casa ?
- Pode, mas no meu carro não. Vamos, dorme na minha cama.

Lysandre caiu na cama do amigo como uma rocha. Cast tratou de tomar banho, e ainda bebeu um remédio para dor de cabeça, e foi para a casa de sua namorada.
                                                             
                                                                               * * *
A campainha tocou. Pandora saiu correndo, abriu a porta e deu um longo beijo em seu namorado.
Não demorou muito para ela perceber que havia algo de estranho na aparência dele.

- Você tá meio abatido, e suas olheiras tão muito profundas, tu dormiu essa noite ?
- Dormi, claro. - respondeu nervoso.
- Hm... então ?
- To com um pouco de ânsia, acordei meio ruim, mas de boa.
- Entra, vou ver se tem algum remédio aqui.

Castiel se sentou no sofá e ficou esperando a namorada voltar com o remédio. Estava cansado e tudo que queria era dormir. Fechou os olhos e rapidamente adormeceu. Foi acordado por Pandora lhe cutucando.

- Amor ? Toma o remédio... Ei, você tá bem mesmo ?
- Ãh ? To.  - bebeu o remédio que possuía um gosto terrível, quase vomitou quando o colocou na boca.

Pandora começou a desconfiar do namorado, o conhecia muito bem para saber que aquilo era uma ressaca.

- Preciso falar com o Leight.
- Falei com ele ontem. - sequer notou que havia cometido uma gafe.
- Onde tu foi ontem ? - perguntou desconfiada
-Ontem ? Ah, eu passei na casa do Lysandre, mas ele não tava lá, ai voltei pra casa.
- Hm... sei.
- Bom amor, acho que já vou para casa, não to muito legal, e vai que sua mãe aparece.
- Está bem.
- Eu passo aqui a noite.

Se despediram e Castiel foi embora mais que depressa, antes que acabasse falando que saiu para beber ontem, sabia muito bem que sua namorada não havia engolido essa história, mas que se ele fosse embora naquele momento ela acabaria esquecendo.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

V.6 Oitavo Capitulo


O bar era rústico, parecia daqueles bares de caçadores no meio da estrada. Castiel entrou sem chamar muito a atenção das pessoas, afinal, pareciam estar todos bêbados. Seu amigo estava sentado em uma mesa, encostada em uma grande janela, por onde entrava a luz de um poste, que era a única iluminação no fundo do bar. A única companhia dele era um copo de whisky.

- O que faz aqui, sozinho ? - perguntou, interrompendo a contemplação que o amigo parecia fazer dos pingos da chuva que desciam pela janela.
- Ah, oi. Resolvi sair para beber um whisky.
- Poderia ter me chamado, adoro whisky. - retrucou efusivo, e já correu para o balcão pedir uma dose da bebida para acompanhar o amigo.  Voltou a se sentar, encarando Lysandre com ar pensativo. - Fui até sua casa. Sua cunhada saiu de lá chorando.

Ly não parecia ter ficado surpreso com a noticia, deu um gole suave, e encarou o amigo.

- Luiza se declarou para mim, novamente.
- Caralho, como assim ?
- Pelo que parece, ela "descobriu" que ainda me ama e que sua relação com o meu irmão é uma tentativa desesperada de me esquecer.
- Que mina louca ! E o Leight está te culpando por isso ?
- Não. Segundo ele, Luiza é uma vagabunda sem classe.
- Sempre achei ela um amor.
- Nunca tive do que reclamar. Mas por essa eu não esperava.

Coisas realmente estranhas estavam acontecendo naqueles dias. Depois do termino de Luiza e Ly, durante muito tempo o rapaz continuou gostando dela, até que veio a noticia que seu irmão estaria namorando com sua ex. Não teve nenhuma cena de novela mexicana entre os dois, afinal, são finos e educados demais para sair no braço, ou brigar em público. Lysandre chegou a contar algumas coisas discussões para o melhor amigo, aos poucos a poeira abaixou e os irmãos voltaram a serem vistos juntos na maior harmonia. Pouco tempo atrás Ly chegou a conversar com Pandora a respeito dessa situação, e também a respeito da estranha forma que sua cunhada estava agindo. Agora, esse ultimo acontecimento, havia abalado as estruturas de Lysandre, com certeza.
Os dois amigos pediram várias doses de whisky, por sorte ninguém lhes perguntou quantos anos tinham. Aos poucos os assuntos foram mudando de rumo, até remeterem ao passado.

- Cara, lembra quando o Nathaniel e eu eramos amigos ?
- Claro que lembro, aquele cara era um pé no saco e tu adorava ele. - Lysandre estava falando mole, sempre sabia a hora certa de parar de beber, mas naquela noite havia se esquecido completamente disso.
- Teve uma vez que foi daora... A gente tava em um rolê em outra cidade, e não tínhamos como voltar, ai a gente conheceu umas minas, uma era uma gata, a outra nem tanto, claro que fiquei com a muito gata, e pedi uma carona porque elas estavam de carro e tals, a mina disse que só daria a carona se o Nath ficasse com a amiga dela, e não era só beijar não, ele ia ter que transar também. - Castiel interrompeu a história para rir e acender um cigarro. - Porra, o cara ficou reclamando e tals, mas no fim a mina era boa na coisa. AHAHAHHA
- Lembro de uma vez que tu sumiu com as provas da escola. Ele ficou louco contigo, porque a diretora o culpou pelo desaparecimento das avaliações.  Não sei como esse cara te aguentou tanto.
- É... E no fim ainda, peguei a irmã dele. - Os dois riram, beberam, e conversaram, relembrando histórias até tarde da noite, quando o próprio dono do bar os botou para fora. Antes de sair ainda pediram uma cerveja, e ficaram sentados dentro do carro estacionado, ouvindo músicas.

- Lysandre, tu tá muito bêbado !
- É, um pouco, isso nunca acontece. Mas ai, lembrei de uma parada que tenho que te contar.
- Fala ai...
- Lembra a Viollet ? A gente tá trocando ideia e tals, e eu acho que gosto dela.
- Então, foda-se a Luiza ?
- Claro ! Ou tu acha que quero resto do meu irmão ?
- Pode crer. To meio chateado cara, tive que expulsar a Pan da banda. - contou com um peso na consciência, era realmente doloroso lembrar da cara que ela fez quando foi expulsa.
- Porque tu fez isso ?
- Ah véi, ela não ia poder tocar no próximo show, e a mãe dela tava cabrera também. Ai achei melhor fazer isso. Pior é que ela ficou chateada, mas pelo menos ganhei uns pontos com meus sogros.
- Adianta ganhar pontos com os pais dela e perder com ela ?
- Ah cara, se eu não fizesse isso, eles não deixariam mais a gente se ver.
- Acho que isso é mancada da sua parte.

Cast parou de falar e encostou no banco do carro, estava bêbado demais para dirigir.

                   

sábado, 26 de janeiro de 2013

V.6 Sétimo Capitulo


A noite, Castiel se preparava para ir ver a namorada, quando a campainha tocou. Deveria ser um de seus amigos, o que era estranho pois ele já tinha avisado que iria na casa da Pandora, naquela noite. Nem mesmo abriu a porta e uma mulher a empurrou, e já foi entrando, e gritando. Era sua sogra.

- Onde está minha filha ?!! - Cast gelou com a pergunta, afinal ela não estava com ele.
- Pandora sumiu ?
- Não se faça de desentendido, eu sei que ela está aqui ! - Michelly procurava com o olhar por todos os cantos. As vezes encarava o genro, querendo esgana-lo.
- Ela não tá aqui.  Alias, eu estava indo na sua casa agora mesmo.

Sra. Michelly sentiu as pernas amoleceram, o garoto parecia estar falando a verdade. Então onde estaria sua filha ?
Castiel teve pressentimento de que a mãe de sua namorada iria desmaiar, por isso a levou até a sala e a convidou para sentar. Correu até a cozinha e pegou um copo d'água para a inesperada visita.

-Obrigada. - agradeceu, pegando o copo.  Depois que se acalmou um pouco, começou a contar - Fui até o quarto dela agora de pouco, e nada ! Ela não estava lá, e algumas peças de roupa sumiram. Pensei que ela estava aqui, de novo.
- Seria melhor se estivesse.
- Eu não entendo porque essas coisas estão acontecendo. Ela sempre foi uma boa filha, quero dizer, meio maluca, e nunca gostei das roupas e do cabelo dela, mas nunca havia tido nenhum boato de que ela fumava, e nunca saia sem avisar. - desabafou com as mãos segurando a cabeça.
- Talvez a senhora devesse dar mais liberdade para ela.
- Ela só tem quinze anos ! Deixar ela namorar com você, e ter essa banda, já é liberdade demais.
- Pra mim, fumar e beber não é tão divertido, porque não faço para afrontar meus pais, nem faço escondido, afinal eles sabem. Quando se da liberdade, fazer coisas "erradas" perdem um pouco a graça.
- Quer dizer que se eu deixar ela fumar, ela para ?
- Não, não vai parar porque já é viciada. Mas pelo menos ela não vai fugir de casa.
- E como vou encontra-la agora ?

A Sra. Michelly via o genro como única esperança para encontrar a filha, estava desesperada, pensando nas milhares de coisas que poderiam acontecer a sua pequena Pandora.
Castiel por sua vez, estava furioso com a atitude infantil da namorada, que só piorava a situação. Começou a ligar para os integrantes da banda, depois para os outros amigos e amigas dela.
Ao final da agenda do celular, ainda não havia a encontrado.

- Ninguém sabe dela.
- Bom, obrigada pela ajuda, vou para casa, e qualquer coisa me telefone.

Acompanhou a sogra até a porta, mas não voltou para dentro, pegou seu impala e foi até o lugar onde tinha certeza que ela estaria.

                                                                                    * * *
Chegando ao Refúgiu, abriu a porta com cautela, (todos da banda possuíam uma cópia da chave). Entrou e logo viu o cabelo vermelho de sua namorada, enrolado em um pesado cobertor, largado no sofá. Se aproximou e sentou ao lado dela. Enseguida a acordou.

- Porra, o que tu tem na cabeça ? - começou Castiel, estava furioso por ela ter fugido de casa, ao mesmo tempo que estava aliviado por ela estar ali e não perdida em algum beco da cidade fazendo sabe-se lá o que.
Ela abriu os olhos devagar, e o encarou. - É sério Pandora, caralho, sua mãe foi na minha casa desesperada atrás de você. Que ideia idiota, fugir de casa.
- O que tem demais ? Eu já fugi pra morar com você.
- Poderia ter me ligado, pelo menos.
- Pra que ? Não sou tão dependente assim, posso me virar sozinha. Ia ficar no refugiu hoje e procurar um apartamento amanhã.
- Com que dinheiro tu quer bancar uma casa ?
- Eu trabalho... Lembra ?
- Nossa Pandora, vê se cresce ! Porque tu fugiu ?
- Porque minha mãe quer separar a gente !

Por alguns minutos ninguém disse mais nada. Castiel se jogou numa cadeira próxima ao sofá, e ficou pensando no que fariam agora, pensou em telefonar para a mãe dela, mas com certeza ela iria dizer que ele estava escondendo sua filha naquela casa, e blábláblá.
Depois de pensar muito bem, decidiu.

- Tu tá fora da banda.
- O-o que ?!?!
- Vamos arrumar outro baterista, mas você tá fora.
- Tá terminando comigo, também ?
- Não, eu te amo, mas já vai ser dificil pra gente se ver, pra tu tocar na banda então... nem se fale.
- Falta pouco pro show, onde vai arranjar um baterista ?
- Baterista é o que não falta, nessa cidade. Vou até uma escola de música amanhã, ver o que acho por lá.
- Nossa, que merda, tu não pode me expulsar da banda !!
- Eu já tinha falado isso pro Alexy e pro Armin, eles concordaram.

A discussão continuou por pelo menos meia hora, com direito até de choro, e implorações. Castiel conseguiu convencer a namorada, com muito esforço, de que era melhor assim; Conseguiu também arrancar dela toda essa ideia de fugir de casa.
Levou-a de volta para casa; E foi surpreendido por uma reação gentil dos pais de Pandora, aparentemente ele havia ganhado alguns pontos com os sogros, aquela noite.
Depois de deixar a namorada "fugitiva" em casa, resolveu passar na casa de Lysandre, afinal ainda eram dez e meia, da noite, de uma sexta-feira.
Chegando a casa do amigo, notou uma estranha movimentação lá dentro, da varanda ficou a espreita, tentando ouvir o que as vozes lá dentro falavam. Leight brigava com a namorada, aparentemente ela tinha feito algo muito grave. Ouviu passos se aproximando da porta, e mais que depressa ele tocou a campainha, para dar a impressão que acabara de chegar. A porta abriu-se, por ela passou, aos prantos, a ex namorada de Ly, atual de seu Leight. Cast se lembrava da época que ela namorou com seu melhor amigo; Era uma garota festeira, bastante impulsiva e explosiva, não combinava nada com o jeito calmo e misterioso de Ly, mas é como dizem "os opostos se atraem.". Na verdade ela não combinava com nenhum dos dois irmãos. Leight não era tão reservado, mas era muito fino. A porta ficou entre aberta, e por ela pode ver Leight sentado na poltrona zebrada, com as mãos na cabeça. A moça ligou o carro e foi embora. Castiel entrou na casa, e foi até o irmão mais velho do amigo, que mais parecia um daqueles príncipes que vemos no cinema. Castiel sempre se lembrava dele como um cavalheiro medieval.

- Véi. O que aconteceu aqui ?
Leight levantou da poltrona, arrumando o longo sobretudo preto com detalhes roxos. Passou uma mão pelo rosto e começou a caminhar pela sala.
- Castiel, não te preocupes, queres falar com meu irmão ? Ele saiu, pra dizer a verdade não sei para onde. Bem, quer beber algo ?
- Obrigado Li, de boa. Mas e ae, o que houve ?
- Brigas de casal... Coisa atoa.
- Ah, sei... Bom, eu deveria ter ligado pro Ly antes de vir aqui... Vou ligar agora. Valeu.

Pelo jeito que Luiza saiu, parecia ser mais do que uma briga de casal.
Luiza era muito atraente, tinha uma beleza diferente, pois não fazia questão de ser bonita, sequer se arrumava para isso, apenas, era.
Castiel caminhou até o carro, desconfiado e pensativo. Telefonou para Lysandre antes de dar partida.

- Onde tu tá ? Onde fica isso ? ... Tá sozinho ?... Tá, vou colar ai. - E desligou. Lysandre estava em um bar no centro da cidade, sozinho.
                                                             
                                                         

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

V.6 Sexto Capitulo

"Pan, eu sinto muito, queria entregar o Castiel, mas não sabia que tu tava junto, nem que vc fuma... Desculpe" - Nathaniel

Assim que leu a mensagem, Pan teve vontade de cuspir na cara de Nath. Ultimamente todos os problemas que ela vinha tendo eram culpa dele.

                                                                           * * *
- E a Pandora ? - perguntou Alexy aflito. Não podiam ensaiar sem ela, e aquele já era o segundo ensaio que tentavam tocar alguma coisa e não conseguiam.
- Falei com ela hoje, pelo celular. A mãe dela não tá deixando ela vir pros ensaios, e ela não vai tocar no show. - Respondeu Castiel.
- Merda... Precisamos de outro baterista, ou dar um jeito de fazer a mãe dela desencanar.
- Eu vou na casa dela hoje.
- Tá afim de morrer ?
- Faz dois dias que ela não fuma, Armin, a mina tá subindo pelas paredes. E outra, tudo isso é um pouco culpa minha.
- Que sua nada, é daquele mauricinho do Nathaniel. - Alexy compartilhava da mesma empatia pelo representante, diversas vezes havia o levado para a sala da diretora por estar  beijando alguma garota no horário de aula.
- É, dele principalmente... Nossa queria tanto encher ele de porrada !
- Fica de boa Cast, não quer arrumar mais problemas... Mas agora eu to indo, porque preciso resolver umas coisas. - Despediu-se Alexy, levantando e já se dirigindo para a porta. Depois que ele saiu, Castiel e Armin se entreolharam.

- Meu irmão tá estranho
- É, tá mesmo. Onde será que ele foi uma hora da tarde ?
- Vai saber...

                                                                                        * * *
Alexy tinha um plano, iria reconquistar o coração da sua ex naquela tarde. Bom, pelo menos tentaria.
Chegou a casa dela depois de pegar dois ônibus  poderia ter pedido uma carona para o Castiel, mas com certeza ele iria querer se meter em suas escolhas. Na verdade, ele nem sabia se Caterine, estaria em casa aquele horário, mas iria arriscar.
Tocou a campainha, e aguardou.
Minutos depois uma voz feminina lhe disse para esperar.
A maçaneta virou, e o coração dele quase saiu pela boca ao ver Caterine, tão linda com aquele cabelo ruivo, e aquele olhar acolhedor.

- Alexy  ? - ela parecia surpresa, da ultima vez que se viram a conversa parecia ter feito mal para ele, e agora do nada aquela visita inesperada
- Desculpe vir sem avisar, mas é que você trocou seu telefone, pelo menos ainda mora no mesmo lugar.
- Ah, tudo bem, mas... O que veio fazer aqui ?
- Vim pedir pra tu me perdoar.
- Te perdoar ? Pelo que ? Já disse que a culpa do fim do nosso namoro não foi tua, quer dizer, eu gosto de mulheres, lembra ?
- Não, você não gosta. - retrucou convicto de suas palavras.
- Como é ? - indagou rindo. Cruzou os braços e se encostou no batente da porta.
- Tu ainda me ama, mas tem medo de admitir, e por isso acha que é gay ... - Caterine soltou um longo suspiro, e o convidou para entrar. Alexy achou que o jogo estava ganho. - Senta ai, quer alguma coisa pra beber ?
- Não, mas posso fumar ?
- Pode. - Enquanto ele acendia o cigarro, ela teria tempo de pensar em algo que não o magoaria, mas que o faria desencanar dessa história. - Olha, eu vou ser sincera contigo, e não me leve a mal, mas a única pessoa que eu amei é a guria com quem estou agora. Alias, ela mora aqui também, tu poderia ter me causado um monte de problemas. O que a gente teve, foi legal, mas acabou, e tu tem que superar isso.
- Como assim nunca me amou ? Tu é louca, ou o que ? Eu sou perfeito. -  Exclamou levantando-se do sofá, estava realmente ofendido pelas palavras dela.

- Alexy, se acalma. Continua sendo o mesmo narcisista, arrogante, de sempre.
- Você deveria dizer que me ama, como planejei.
- Planejou ? Acha que só precisa vir na minha casa e dizer meia duzia de palavras que vou me entregar pra você ? Na boa... Tu só tem medo de seguir em frente, por isso ainda cultiva essa paixão platônica por mim.

Ele se acalmou, sentou no sofá novamente, e sentiu-se um babaca. Com cara de choro e voz fraca confessou:

- Eu só queria conseguir amar alguém...
- E tu vai, mas não enquanto ficar olhando pra trás. Sou seu passado, e sempre vou lembrar de você com carinho.
- Obrigado Caterine. Me desculpe por ter vindo aqui e tals. A gente se vê, por ai.
- Boa sorte.

A tentativa de voltar com a ex tinha falhado, e pior, ele havia pegado dois ônibus para chegar aquele lugar e ser desprezado por ela. Mas agora seria uma vida nova, chega de mulherada.


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

V.6 Quinto Capitulo


- Sim, Sra. Michelly.. Quer que eu a segure aqui na escola ? Vai vir busca-la pessoalmente ? Ótimo... estou esperando. - Desligou o telefone e começou a revirar alguns papéis em cima da mesa. Em seguida pegou o telefone novamente. - Nathaniel, pode mandar esses rapazes que foram pegos fumando embora ? Obrigada.

Pandora só conseguia pensar que sua mãe não iria querer ouvir nenhuma explicação, apenas acusaria Castiel como culpado de deturpar a inocente personalidade da filha. Sua mãe demorou vinte minutos para chegar a escola, e foram os vinte minutos mais longos da história.
Chegou abrindo a porta com serenidade, mas Pandora sabia que aquilo era só aparência, um grande discurso e um pesado castigo esperavam por ela.

- Obrigada por vir, Sra. Michelly. Creio que vá cuidar disso, sei que precisa voltar para o trabalho, por isso não vou me demorar. Apenas creio que sua filha possa estar andando com más influências, seria melhor, quem sabe, troca-la de escola.
- O QUE ?! - protestou Pan. Aquilo era ridículo. A diretora não possuía o menor direito de falar tais coisas.
- Você fica quieta, não está em condições de se defender. - Mandou Sra. Michelly, com voz firme. - Obrigada, vou cuidar disso. - Encerrou a conversa com a diretora, e não disse nada enquanto percorria o corredor do colégio, Pandora ia atrás, procurando Castiel com os olhos. Sabia que vê-lo, agora, seria uma luta. Saindo do colégio o sol brilhava forte, parecia estar tudo bem no mundo, era um ótimo dia para fazer um piquinique, mas para ela, era apenas um dia que dificultaria sua vida dali para frente.
Chegaram em casa, ainda em silêncio. Mas não demorou muito para a mãe explodir.

- Fumando  ? Está se drogando também ? O que mais eu não sei ?
- Olha mãe...
- Olha nada ! Você só vai escutar ! Seu pai e eu trabalhamos duro, você tem tudo que quer, nunca te faltou nada, e porque diabos está se destruindo assim ? Eu sabia que essa banda era uma péssima ideia ! Músicos são todos drogados !
- Não generalize ! - tentou defender
- Já não disse para calar a boca ?! E agora ? O que eu faço com você ? Seu pai, está decepcionado... Vai continuar fumando ?
- Vou.
- Ah, e ela vai continuar fumando ainda ! É pra acabar mesmo ! Eu não mereço isso ! É o tipo de gente que você anda, drogados, bêbados, fumantes... Tenho certeza que seu namorado tem algo haver com isso. Deveria saber, conhecendo a mãe dele. Onde já se viu deixar o filho menor de idade beber ?
- Para de falar o que você não sabe.
- Cala a boca, agora ! Você não está com a razão. E quer saber de uma coisa ? Pode ir esquecendo sua bandinha, e o show da semana que vem.
- Mas mãe...
- Sem mais ! Sobe agora pro seu quarto, antes que eu perca a razão !

Pandora obdeceu, sabia que era melhor não contradize-la naquele momento. Ligou para Castiel, que demorou um pouco para atender.

- Amor... Porra, minha mãe não quer deixar eu ir no show. Falar com ela ? Tá maluco ? Ela te odeia... É, disse que é culpa sua e dos meus amigos drogados, bêbados e fumantes... Eu sei que realmente são, mas não são gente ruim ! Vai vir aqui ? Já disse que ela quer te matar... Tá, depois te ligo... Beijos.

Isso seria caótico. Como ela se resolveria com a mãe ? Será que ela estava pensando em muda-la de escola ? Não faria tanta diferença, na verdade sua maior preocupação era a banda e o Castiel...

                                                                           * * *
- Lysandre, fumar na escola ?
- Leight não venha me dar lição de moral...
- Não, claro que não. Mas agora minha funcionaria não vai vir trabalhar... Você vai ficar no lugar dela !
- É o minimo que posso fazer...

Leight caminhava de um lado para o outro segurando um vestido vermelho, costurava ali, cortava aqui, enquanto conversava com o irmão. Desde que voltara de Paris estava trabalhando numa nova coleção, inspirada nas mulheres francesas.

- Sabe irmão, você precisa de uma namorada.
- Porque diz isso ?
- Ah, sei lá, te faria bem...
- É, talvez.

Lysandre estava pensando sobre isso também, desde que voltaram do acampamento vinha mantendo contato com a Violett, a achava incrível  tão misteriosa e calada quanto ele. Talvez ele devesse arriscar alguma coisa.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

V.6 Quarto Capitulo


Na sala da diretora foram chamados um por um. Começando por Lysandre, que após sair da sala ainda permanecia com sua postura elegante, afinal, quem respondia por ele era seu irmão, que sabia, há muito tempo, de seu vicio.
- E ai Ly ? O que ela falou ? - perguntou Castiel, que também não estava preocupado, seus pais também sabiam que ele fumava.
- Ligou para o meu irmão, perguntou se ele já sabia, e me suspendeu por uma semana... Grande coisa. - respondeu tranquilo
- Pensei que menores serem pegos com cigarros dava mais rolo. - Disse Alexy.
- Realmente da, mas a gente paga pra estudar aqui, e a diretora além de ser doce e gentil, não quer manchar o nome da famosa Sweet Amoris, conhecida por sua qualidade de ensino e seus alunos adoráveis e de hábitos saudáveis. - Debochou Armin. Todos riram, menos, Pandora. De todos ali ela era a única que estava realmente ferrada, sua mãe não podia nem sonhar que ela fumava.

- Castiel... Só me arruma dor de cabeça. - reclamou a diretora.
- Olha, faz bastante tempo que não venho aqui. - Respondeu Castiel rindo.
- Está achando engraçado, mocinho ? Fumar dentro da escola é proibido ! E além de tudo, você é menor de idade. O que faz fora do colégio não me interessa, mas aqui tem que se comportar como um aluno decente.
- Fumar me torna menos decente ? - Sabia que esses confrontamentos irritavam a diretora, e adorava faze-los.
- Dentro da escola há regras para serem seguidas. Você é jovem, para que esse  vicio que só vai te causar uma morte terrivel ?
- Digamos que eu largue o cigarro, posso sair na rua e ser atropelado... Ou quem sabe, posso até mesmo bater meu lindo Impala e morrer.
- Olha, não tenho tempo para essas coisas, vou ligar para os seus pais.
- Eles estão em um cruzeiro...
- E quando voltam ? - uma veia começou a pulsar em cima do olho da diretora, ela estava extremamente irritada. Nunca havia gostado dele, afinal Cast sempre foi o motivo de confusões, como podem imaginar. Já teria o expulsado, se seus pais não tivessem uma influência grande sobre ela.
- No fim do ano. Quer anotar o recado ? Eu falo pra eles depois.
- Quero o telefone do seu tutor.

Castiel as vezes até se esquecia que possuía um tutor, afinal quase não se viam, algumas poucas vezes ele ia até a casa ver como Castiel estava, apenas para ter o que falar aos chefes. Passou o telefone, e a diretora marcou uma visita do tutor para o dia seguinte. Antes de sair da sala, a diretora o alarmou.

- Lembro-me que uma vez sua você e sua namorada estiveram aqui, já que a mãe dela queria separar vocês dois. Vamos ver o que a mãe da ... como é mesmo o nome dela ? Hm... Ah, sim, Pandora, pensa sobre a filha ser pega fumando, junto com o namoradinho.

O garoto saiu da sala nervoso, lá fora todos esperavam por ele, todos suspensos, poderiam voltar para a casa, mas estavam esperando a vez de Pandora, ela era a ultima.

- Porque tu tá nervoso assim, amor ?
- Essa velha cretina vai tentar te fuder com seus pais.
- O que ? Porque ela faria isso ? -indagou Lysandre surpreso.
- Pra me atingir, é claro. Ela não pode me expulsar, mas pode expulsar você.

Pandora entrou na sala com as pernas um pouco moles. Se sentou, e ficou mordendo os lábios por dentro, como sempre fazia quando estava muito tensa.

- Pandora, vejo que suas notas caíram muito. E agora essa, fumando na escola.
- O que posso falar ? Estava fumando mesmo, fumo faz tempo, sou viciada. - disse como um grito de desespero.
- Não teria começado a fumar quando começou a namorar com o Castiel ?
- Não ! Droga, porque todo mundo acha que sou tão volúvel ? - A diretora fala igualzinha a sua mãe, colocando sempre a culpa no seu namorado, como se ela não tivesse vontade própria, ou como se achassem que ela era boa demais pra cometer erros.
- Nas primeiras semanas de aula você era uma aluna excelente, depois que começou a namorar com ele, de repente mudou, todos os professores me falaram isso, sua mãe me falou isso.
- Olha, não tem nada ver. E se tiver também, isso não é problema seu ! Minha vida pessoal não diz respeito a você.
- Tem razão, diz respeito aos seus pais. - Retrucou tirando o telefone do gancho, sem olha-la.

Era agora, estava ferrada. Quem sabe o que sua mãe poderia fazer ? Muda-la de escola ? Proibi-la de sair de casa ?

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

V.6 Terceiro Capitulo


A noite a banda se reuniu na casa, que eles chamaram de "refúgio". Alexy levou algumas coisas, como posters, cervejas, um alvo para dardos e algumas garrafas de bebidas curtas. Aquele era o ensaio de inauguração. Tirando Pandora e Castiel, que tinham estado ali fugindo da confusão e do falatório de suas mães, ninguém mais havia botado os pés naquele lugar. Naquela noite, além da banda estavam, Íris, Ly e Ken.

- Cara, aqui é daora ! Eu poderia morar aqui. - Disse Alexy, ludibriado com o local.
- Longe da escola, dos pais, dos vizinhos chatos... Véi, foda ! - completou Armin.
- É, que bom que gostaram, agora vamos tocar, ou não ? - Castiel estava ansioso para testar sua guitarra nova, além de cantar as novas músicas, mais agressivas, que ele compunha.
- Antes de vocês tocarem, eu preciso falar uma coisa. Os caras do festival telefonaram, e falaram que preciso, até amanhã, falar o nome da banda, ou vocês não vão tocar.

Todos se entreolharam, ainda não tinham parado para pensar nesse detalhe, importante.

- Ainda não temos um nome. - Respondeu Castiel
- Posso sugerir alguma coisa ?
- Tipo o que ? Coelhos fofos ? - ironizou
- Que tal... Crazy Space ?

Era uma boa ideia, o nome não era muito criativo, mas era com certeza, melhor do que "Roupa Suja". Todos concordaram. E como aquele ensaio era no minimo especial, Cast começou como se já estivessem no show.

- Boa noite, fãs do bom rock, somos a Crazy Space e estamos aqui para agitar a noite de vocês !

Logo após o fim da primeira música, a pequena plateia ( de três pessoas) aplaudiu. Como se aquilo fosse realmente para valer. Todos se divertiram muito aquela noite. Já era tarde quando o ensaio acabou. Ainda assim permaneceram no Refugio, bebendo e conversando, apenas Ken, que precisava estar em casa as nove da noite, foi embora antes mesmo do ensaio terminar.

- Eu com certeza iria no show de vocês ! Foi foda ! - admirou Íris.
- Gostei da quarta música Cast, acho que devemos abrir com ela no show.
- É pode ser, Armin.


                                           * * *
Quando chegou em casa, completamente bêbado, Alexy nem sequer deu boa noite para o irmão, apenas se jogou na cama, sem nem tirar o tênis.
O teto rodava. Lembrou de sua ex namorada, e desejou ainda a ter em seus braços. Apagou em seguida, porém teve um estranho sonho com ela. No sonho ele estava perdido em algum lugar, e a voz dela ecoava por todos os lados, mas ela não o ouvia. Não conseguiam se comunicar. Ouviu-se um grito. Alexy despertou assustado e não conseguiu dormir mais.

                                             * * *
- Acho inaceitável que você chegue as três da manhã em casa, em uma terça-feira ! - gritava a mãe de Pandora, que havia a pegado de surpresa, no café da manhã, afinal, achava que a mãe não tinha acordado quando ela chegou.
- Mãe, eu estava ensaiando.
- Mas e a escola ? E seu trabalho ?
- Eu vou na escola todos os dias, e nunca faltei do trabalho, não sei do que tu tá reclamando.
- Desde que você começou a namorar aquele rapaz...
- Por favor, não começa de novo.
- Sabe que é verdade, você mudou, nem parece mais a mesma. - A garota se levantou furiosa, sempre aquele papo de "você mudou, blábláblá", Castiel não era um problema em sua vida, sua mãe implicava com ele porque no fundo queria que ela ficasse com um cara como o Ken. - Onde você vai ? Ainda não terminei !
- Mas eu já.

                                  * * *
- Hey, porque tu não tava na sua casa hoje de manhã, e porque sua mãe me comeu com o olhar ? - perguntou Castiel assim que viu a namorada na sala de biologia.
- Eu sai mais cedo, desculpe. Minha mãe tá implicando comigo, de novo.
- Foi porque chegou tarde ontem ?
- Também...
- Como assim também ?
A conversa foi interrompida pela chegada da professora, no fundo Pan havia ficado aliviada com isso, não queria contar para o namorado que sua mãe não gostava dele e que queria que os dois rompessem, afinal, da ultima vez que ela o contou sobre isso ele quis terminar, achando que era um problema em sua vida. Talvez ele esquece-se o assunto até o intervalo...
-                                                                          
                                                                             * * *
Durante o intervalo, preferiram ficar na escadaria fumando, e foram surpreendidos pela aparição de Nathaniel.
- Fumando na escola, parabéns... Acho que isso da uma suspensão.
- Ah seu merda, se você ousar ferrar a gente, eu acabo você ! - Ameaçou Castiel segurando o representante pela camisa.
- Todos para a minha sala, agora. - Disse a diretora, que chegou logo atrás de Nath. - E você Castiel, solte o garoto, se não quiser ter mais problemas.
Castiel o soltou, e Nathaniel sorriu satisfeito, sequer havia notado que Pandora também estava entre os fumantes, segurando um cigarro na boca. Quando a viu sua expressão mudou completamente, sentiu-se mal por te-la ferrado.

sábado, 19 de janeiro de 2013

V.6 Segundo Capitulo


- Produtor da nossa banda ? Tá doida ? - Castiel não havia gostado nada da ideia, o que poderia Ken entender de música ? - O que ele sabe sobre música ?
- Na verdade, várias coisas, toco flauta. - Respondeu orgulhoso.
Cast se virou com ironia para Pan. O restante da banda permanecia em silêncio.
- Mas eu entendo muito de propaganda e negócios, além de saber editar videos como ninguém ! Lembra daquele teatro que fizemos na oitava serie Pandora-Chan ?
- Sim, lembro. Realmente, ele sabe editar um vídeo  Talvez seja bom pra banda ter uma propaganda... E outra, esse negócio de produtor foi mais pra fazer uma média pra ele, não tem que ser pra valer.
- Eu queria muito ver esse teatro HAHAHAHAHA - Disse Alexy desviando do assunto. - Era sobre o que ?
- Um teatro de pascoa. - respondeu Ken todo nostálgico
- E a Pandora foi um coelho ?
- Não, ela era um ovo de chocolate.

Todos envolta da mesa riram, menos é claro Pan, que não gostava nem de se lembrar daquele teatro.

- Ow, voltem para o assunto principal...
- Não pode fazer mal pra imagem da banda alguns videos e algumas propagandas, por mim tá de boa. - Aprovou Armin.
Castiel relutou um pouco, mas depois acabou cedendo, afinal a banda não era só sua.

- Tá, mas é só fachada, ele só vai produzir alguns anúncios e umas propagandas. Só isso. -  Disse Castiel, querendo deixar bem claro o lugar de Ken.

                                                                              * * *
Depois que as aulas terminaram Castiel, levou Pandora para o trabalho na loja de Light, e aproveitou para levar Ly de volta para a casa também, mas antes os dois pararam para tomar uma cerveja e conversar.
- Me da um cigarro ? - Pediu Cast
- Não levei hoje.
- Mas tu não disse que tava fumando no intervalo ?
- Ah... é... Mas... Acabou... - Pela primeira vez na história Lysandre estava embaraçado, e era exatamente isso que Castiel queria. Sabia que o amigo estava mentindo, mas porque ?
- Fumou um maço, inteiro ?
- N-não, só tinha um.
- Ah, sei ... Para de mentir Lysandre, te conheço há tempo suficiente pra saber que está escondendo alguma coisa.
- Okay, okay, você me pegou. - Suspirou fundo antes de continuar - Eu estava conversando com Violett, na escadaria.
- E porque mentiu ?
- Porque eu conheço o Alexy e a Pan, eles iam achar que tá rolando alguma coisa, e iriam querer se meter.
- É, isso é verdade.
- Então, por favor, vamos manter isso entre nós.
- Ah, tá certo. Tá tudo meio estranho naquela escola; Sabia que o Alexy quer largar a vida de pegador ?
- ÃAAAAAH ?
- É, foi me pedir conselhos e tudo... Parece que o nosso don juan, tem se sentido sozinho nessa vida vazia que ele leva.
- Nossa, o que será que ele vai aprontar ?

                                                                       

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Primeiro Capitulo - Volume Seis - Finalmente, Crazy Space


Depois de um fim de semana tão intenso, todos chegaram a escola cansados, porém renovados pela experiência ao ar livre. Alexy, por outro lado, parecia muito perturbado e pensativo, resolveu matar a aula de educação fisica, junto com Castiel. Sentados numa escadaria, nos fundos do colégio, Alexy rompeu o silêncio que faziam com uma pergunta ainda mais estranha do que seu comportamento.

- Cara, como é amar alguém ?
- Ãh ? - Castiel ficou surpreso com a pergunta, algo assim, vindo do seu amigo mais "cafajeste", era no minimo muito estranho. Até onde ele sabia, Alexy não era do tipo que ligava no outro dia, ou que mandava flores, falar sobre amor então...
- É, tipo, você ama a Pan, né ?
- Claro, porque quer saber isso ?
- Porque eu to cansado dessa minha vida. Sabe ? Cansei de ter todas as meninas que quero, mas na verdade não ter ninguém. Entende ?
- Aham, muito difícil a sua vida ... - Respondeu com ironia. Afinal, qualquer cara gostaria de ser como Alexy. Quem não quer ter a garota que quiser, a hora que quiser ? E ele tinha, e ironicamente não era feliz. - Olha cara, se tá cansado dessa vida, então sai dela.
- Como ? - a cara de preocupação e de impotência dele era de dar pena.
- Sabe, comece ligando no outro dia, pode dar certo.
- É sério véi, tirando minha ex, eu nunca namorei por muito tempo.
- Quanto tempo ficou com a sua ex ?
- Três meses.
- Nossa, eu já tive brigas com a Pan, que duraram mais do que isso. - Para Castiel, um namoro não começava de verdade até os quatro meses, afinal é a partir do quarto mês em que começam as brigas, o ciúmes, as fofocas, etc. - Olha. Primeiramente você não pode sair por ai querendo encontrar o amor da sua vida; Veja o meu namoro, eu nem conhecia a Pandora, achava ela insuportável, e ai do nada, descobri que era ela...
- Então a dica é agir naturalmente ?
- Escuta, o que você faz quando conhece uma garota bonita ?
- Eu xaveco, conquisto, beijo, as vezes rola algo a mais, e depois vou embora.
- Tá vendo, não é assim que se faz. Você não conhece uma garota e já leva ela pra cama, a não ser que tu esteja pagando. Tem que ter conversa, tu tem que conhece-la. Ou vai acabar namorando uma prostituta.
- E como vou saber que é a mina certa ?
- Quando for, tu vai saber.

Alexy desistindo da vida de mulherengo ? O que mais estranho poderia acontecer naquele colégio ?

                                      * * *
Pandora rabiscava algumas letras de música na ultima folha do seu caderno, quando sentiu que alguém havia se aproximado. Não levantou os olhos, até que se sentaram bem a sua frente. Lentamente ela ergueu a cabeça, e viu por trás de duas lentes, enormes, os olhos apaixonados de Ken.

- O que foi ? - perguntou seca.
- Estou muito chateado com você, Pandora-Chan.
- Porque ?
- P-Porque?!? - a exclamação tinha sido um pouco desesperada. Todos na sala de aula se viraram para olha-los, por sorte a professora não estava na sala. Com as mãos tremulas e a voz falha ele começou a andar de um lado para o outro na sala de aula, agitando os pulsos finos, quase femininos, no ar. Era uma cena hilária. - Eu voltei para o colégio pelo meu amor por você ! E quando chego te vejo com aquele... aquele... B-O-B-O-C-A ! - soletrou "boboca" como se fosse a pior ofensa do mundo. Pandora teve que controlar o riso para não irrita-lo, ou pior, magoa-lo mais ainda.
- Olha Ken, te conheço desde a sétima serie, mas não posso, não quero, e não vou, ter nada com você. Tu tem que superar isso.
- Mas eu te amo ! - brandou choramingando.
- Eu sei disso... Só que, amo o Castiel, e estou muito feliz com ele. Tenho certeza que em toda essa escola deve existir uma garota, além de mim, por quem tu se sinta atraído.

Ele parou, parecia pensativo. Talvez tivesse alguém, fazia pouco tempo que havia voltado para o colégio, mas se lembrava de um nome...

- Ambre !
- A loira nojenta ?!?!? - se exaltou, batendo na mesa. Tratou de se recompor, afinal sabia que Ken era paranóico, e poderia achar que a reação dela era um sinal de um amor oprimido. - Ambre.. Está bem...Ambre... Ambre... - Repetia incrédula.
O sinal que anunciava o intervalo tocou. Ken saiu correndo, antes que Pandora o pudesse impedir de fazer uma tremenda burrice e ser humilhado pela mocreia loira.

                                     * * *
No refeitório, sentados envolta da mesa, Pan, Alexy, Castiel e Armin, discutiam as músicas que iriam tocar no show, quando Lysandre chegou acompanhado Íris, chamando a atenção de Alexy, afinal fazia mais de dez minutos que estavam esperando pelos dois.

- Eita, onde vocês estavam ?
- Encontrei a Íris no caminho, vindo para cá. Eu estava fumando na escadaria. - respondeu Ly, muito sereno, como sempre. Mas algo chamo atenção de Castiel, que não teve tempo de fazer especulações sobre o estranho atraso do amigo, já que uma gritaria percorreu todo o refeitório.

" Sai do meu pé, moleque escroto " - A voz enjoada gritava.

- O que será que tá acontecendo ? - indagou Íris, tentando ver pelo meio da pequena roda que se formava envolta da confusão.
- É a voz da Ambre... - reconheceu Armin.
- Caralho, Ken. - Pandora saiu empurrando todos que fechavam a roda, afinal um pouco da culpa era sua. Ambre humilhava o garoto, que não continha o choro, enquanto Charlotte e Li riam de tudo e serviam de platéia para a cretina.

- O que eu iria querer com um pivete como você ?

Pandora não queria se intrometer, mas precisava, Ken a olhava pedindo ajuda, seria uma ótima maneira de se redimir com ele. De repente uma ideia, não tão brilhante, mas razoável, passou-lhe pela cabeça.

- O que você pensa que tá fazendo com o produtor da minha banda ?!
- Produtor, do que ? - perguntou Ken, todos pareciam chocados com a noticia.
- Produtor ? Esse anão de jardim ? HAHAHA me polpe, queridinha. - Debochou Amber, incrédula.
- Sim, produtor. Sabe o que dizem, as mentes mais brilhantes vem das menores cabeças.
- Ninguém diz isso ... - retrucou Ken, que havia parado de chorar para ficar apenas confuso.
- Mas deveriam, é brilhante. Agora venha Ken, temos que arrumar as coisas para o próximo show, que faremos semana que vem, abrindo para a Roupa Suja. - toda essa informação era uma especie de propaganda para a banda.

Pandora o arrastou para a mesa onde todos a aguardavam sem entender nada.

sábado, 12 de janeiro de 2013

V.5 Nono Capitulo

Quando começou a escurecer, um medo sinistro brotou dentro de mim. Ao redor da estrada havia apenas mato alto, e arvores. Como minha imaginação era muito fértil, comecei a imaginar milhares de coisas terríveis e assustadores que poderiam acontecer conosco.
A chuva ainda não havia parado, e a demora de Lysandre e Jade, estava nos preocupando, além de nos deixar nervosos e aflitos.

Castiel - Eu preciso ir lá fora..
Pandora - Não amor, tá escuro, chovendo, e é perigoso.
Castiel - Preciso ir ao banheiro...

Mesmo contra a minha vontade, ele saiu. Eu já tinha visto situações parecidas nos filmes, onde o namorado da protagonista não seguia as recomendações dela para ficar no carro, e acabava morte. Cruzeeees. Nada iria acontecer com o meu Castiel.
Devem ter se passado dez minutos, eu já estava preocupada, até que um grito quase me fez ter um infarto, todos nos olhamos assustados, era a voz de Cast. Depois da gritaria tudo se calou, só se ouvia a chuva e a nossa respiração. Pouco depois abriram a porta da van. Eu estava prestes a matar o que quer que tivesse matado meu namorado, quando vi os cabelos brancos de Lysandre.
Me senti aliviada quando vi que eles finalmente haviam voltado, e que não havia perigo, nem assassino.

Pandora - Porque você gritou ??
Castiel - Porque o Jade me deu um susto. Achou que era um assassino ? HAHAHAHA
Pandora - Achei !

A forma séria com que respondi, o fez parar de rir e me abraçar com força e me enchendo de beijos.
Aquela situação fora quase um filme de terror, com toda a certeza. Depois de trocar o pneu da van com a ajuda de uma lanterna, embaixo de chuva, estávamos finalmente prontos para voltar pra casa. Quando chegamos a cidade me senti aliviada com a iluminação dos posts e dos letreiros luminosos, deixando para trás toda a escuridão daquela estrada.

Depois de um belo banho quente, me joguei na cama, e nunca tive uma noite de sono tão tranquila.
Tudo estava no lugar certo.

V.5 Oitavo Capitulo

Castiel - Da de boa, a gente chama o reboque, ele vem, reboca a van e voltamos pra cidade...
Íris - Mas alguém ainda tem bateria no celular ?

Todos negaram. No meio do mato não havia tomada, e as baterias dos celulares de hoje em dia não duram nada ! A bateria do meu celular tinha acabado no sábado a noite.

Lysandre - Bom, então a gente vai até a cidade, vocês ficam aqui esperando, nós trazemos um pneu, ou até mesmo um reboque se vocês quiserem.
Jade - Mas a cidade mais próxima daqui está a duas horas e é a nossa cidade.
Lysandre - É o melhor que posso fazer ...

E lá se foram, Ly e Jade que voltariam com o pneu para a van, e  Matheu, Rosalya, Kim e Violett, que já seriam deixados na cidade.

Iris, Armin, Alexy, Castiel e eu, ficamos sentados na van, parada a beira da estrada. Por sorte ainda tinha algumas cervejas e uns cigarros.

Castiel - Temos que ensaiar pro show, faltam menos de duas semanas pro festival.
Alexy - Porra, tinha até esquecido disso já.
Pandora - Vai ser massa, vai rolar uma grana, ou não ?
Castiel - Dessa vez não, até porque não somos a banda principal, mas o importante é mostrar nosso som.
Armin - Eu estou livre todas as noites.
Castiel - Por mim pode ser.

Todos concordamos e ensaiar todas as noites até o dia do show. Seria uma alavanca para a nossa banda abrir o show da Roupa Suja, que já possuía um amplo público.

Alexy - A gente precisa de umas letras um pouco mais agressivas !
Armin - É, agora que o Cast não tá mais na foça, acho que da pra compor.. HAHAHAHA'

Todos rimos, Castiel ficou vermelho de vergonha, mas todo o riso se calou quando um trovão ecoou no céu. Logo depois uma chuva rala começou a cair, continuamos conversando, já que não estávamos pegando muita chuva, porém alguns minutos depois a chuva aumentou, e o vento ficou impressionantemente forte ! Corremos para van, e fechamos as janelas dela.
" Sentados, dentro de uma van, com o pneu furado, no meio de um temporal " essa era nossa situação atual, e parecia que apenas piorava.

V.5 Sétimo Capitulo

Na segunda-feira tentamos aproveitar o ultimo dia de moleza.
Alexy sempre que passava por mim dava alguns sinais para que eu fosse conversar com Ly. Não me agradava muito essa história de "cupido", porém ele era uma criança insistente.

Pandora - Ly, posso falar com você, rapidão ?

Tentei ser o mais sutil possível  mesmo assim todos pararam de conversar para ficar me encarando, Alexy sorriu satisfeito por cima dos ombros de Kim, com que havia ficado agarrado o final de semana todo.

Lysandre - O que foi ? Quer me arranjar uma namorada ?
Pandora - Como você ...
Lysandre - Pan, pare de bancar a ridícula, e mande seu "comparsa" parar também.
Pandora - Como você sabe ?
Lysandre - Reconheço o sorriso do Alexy de longe, mas na verdade, Castiel me contou.
Pandora - Nossa, ele jurou que não falaria nada...
Lysandre - Isso não importa. Olha, acho a Violett incrível, mas vocês não podem força-la a ficar comigo.
Pandora - Mas eu tenho certeza que ela quer ...
Lysandre - Acham que não sei chegar numa garota ? Quando eu achar que for a hora certa, eu mesmo falo com ela.

Ele não tinha ficado zangado, raramente se zangava comigo, mas me tratava como se eu fosse sua filha. Me senti um pouco ridícula, para falar a verdade. A ideia era verdadeiramente estúpida, mas a intensão era nobre.
Provavelmente Alexy ouviu as mesmas coisas que eu, pois não dava mais aquele sorriso quando me via.
Ao fim do acampamento estava tudo diferente, e o clima era bem mais leve do que quando havíamos chegado ali.
Dois possíveis casais haviam se formado; Matheu e Rosalya, Armin e Iris.
Cast e eu nunca estivemos melhor; Violett estava interagindo bem mais com a gente, também. No fundo eu sentia como se essa viagem tivesse nos transformado.

Na estrada, de volta para a cidade, tivemos uma surpresa...

Lysandre freou o carro bruscamente, e todos nós fomos lançados para a frente, por algum motivo a van, dirigida por Jade, havia parado de repente, bem a nossa frente !
Descemos do carro para ver o que estava acontecendo.

Jade - Merda ! O pneu furou ...
Castiel - Pega o estepe, a gente troca.
Jade - Tá sem.

Estávamos no meio da estrada, com uma van hippie com o pneu furado, e não passava uma viva alma para nos ajudar.