quarta-feira, 29 de agosto de 2012

V.4 Segundo Capitulo


Aquela tarde, no trabalho, passei o dia todo pensando no que havia conversado com meus amigos, e principalmente no que Ly me disse. Me distrai tanto que acabei furando o dedo com uma agulha quando estava costurando alguns detalhes em um sobretudo de sarja.

Pandora - AI !
Leight - Está prestando atenção no que está fazendo hoje Pandora ?
Pandora - Desculpe, acho que me distrai.
Leight - Tente prestar mais atenção, ok ? 


Leight sabia o que eu estava passando, mas é claro que eu não podia misturar meu trabalho com a minha vida pessoal.
Era umas cinco da tarde quando fechamos a loja.
Preferi ir andando de volta para casa, ao envés de pegar um táxi, precisava pensar, refletir sobre a vida e caminhar sozinha para casa era com certeza a melhor forma de fazer isso.
Aquela tarde troquei passos com a solidão...
Chegando em casa fui direto para o quarto e fiquei ali escrevendo meus pensamentos.

"... Alguém por favor escute meu choro, meu lamento, meu arrependimento por algo que não fiz, e alguém por favor faça esse cara me ligar e dizer que está tudo bem (...) "


Eu já estava deitada, tentando pegar no sono (o que estava sendo realmente difícil) quando recebi uma mensagem, e era do Alexy.
"Pan, amanhã a gente tem que se encontrar no café perto da escola depois, do seu trampo, pra conversar uns assuntos da banda. Beijos ^^ "
Uma reunião da banda ? Será que Alexy que tinha convocado ? Qual seria o assunto ?
Fiquei ansiosa, na verdade, nervosa. Era a primeira vez que conversaria com o Castiel depois que... bom, vocês sabem. Será que ele falaria diretamente comigo ?
Fiquei preocupada, com uma mistura de ansiedade e medo. Não consegui mesmo dormir, então levantei e fui escrever um pouco mais.

"... Eu sei que você era bom demais para mim...  A gente se perdeu, eu te perdi. Eu ainda respiro seu ar sem você estar aqui, eu ainda procuro você do meu lado na cama, eu ainda te amo, mesmo que não importe mais, e que nada que eu escreva te faça me ouvir. Se houvesse outro jeito (...) "

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

V.4 Primeiro Capitulo

Depois que Castiel e eu rompemos durante uma semana inteira não apareci ao colégio nem atendi o celular. Fiquei trancada no quarto, jogada na cama chorando como criança, e raramente minha mãe conseguia me obrigar a comer.
Na segunda-feira fui para a escola depois da insistência de Lysandre, mas ainda não estava pronta para ver o Cast como apenas meu ex, alguém que estava no meu passado.
Estava muito frio aquele dia então não fiquei fazendo ceira no patio e caminhei direto para sala de aula, no corredor Alexy veio correndo falar comigo.

Alexy - Pan ! Como você está ?
Pandora - Tentando me acostumar com a ideia. Onde ele está ?
Alexy - No patio, como sempre.
Pandora - Você viu o Nathaniel ?
Alexy - Nem vi, desde semana passada. Castiel também está louco atrás dele !
Pandora - Hm... Bom, a gente se vê no intervalo então.

Entrei na sala, e parei bem na porta. Fiquei olhando para os nossos lugares, um ao lado do outro. Me lembrei principalmente daquele primeiro dia de aula que sentei no lugar dele sem saber, e lhe emprestei uma caneta preta. Eu sei que parece algo bobo e sem sentido, mas foi aquele momento que mudou o rumo da minha vida, e lembrar disso era triste demais, doía demais.

Iris - Pandora ? Tá tudo bem ?
Pandora - Ah, desculpe, tive um devaneio...
Iris - São frequentes esses devaneios ?
Pandora - Agora são...
Iris - Fiquei sabendo sobre vocês dois... Eu sei que foi um mau entendido, você jamais iria o trair!
Pandora - Obrigada por acreditar em mim, mas o Castiel não pensa assim.
Iris - Dá um tempo pra ele, quando o Nathaniel voltar você pede para ele explicar. Tudo vai ficar bem.

Castiel nunca iria querer ouvir o pior inimigo e a ex namorada. Mas eu não tinha nada mais a fazer se não isso.
Vinte minutos depois que o professor já explicava a matéria a porta abriu e ele entrou na sala, com olheiras profundas, como se não dormisse a dias. Como não restavam mais carteiras ele se sentou ao meu lado, mas não me cumprimentou, sequer olhou para mim. Mas eu o olhei, a aula inteira. Não conseguia desviar o olhar dele, com ele perto parecia que uma faca ficava sendo cravada nas minhas costas, o tempo todo. Não aguentei, comecei a chorar baixinho debruçada na mesa, não queria chamar a atenção, só queria que aquela dor parasse.
No intervalo não sabia se era uma boa ideia ficar no patio com os amigos dele que também eram meus, então me sentei em uma escada atrás do refeitório, não estava com fome e não estava com vontade de conversar com ninguém, porque eu sabia que iriam me perguntar sobre ele.
Pensei que ninguém me encontraria ali, mas parecia que Rosalya também gostava de ficar sozinha.

Rosalya - Pandora ?! O que esta fazendo aqui sozinha ?
Pandora - Estou tentando não cruzar com o Castiel.
Rosalya - Fiquei sabendo sobre vocês... sinto muito.
Pandora - O que faz aqui ?
Rosalya - Venho aqui quando quero fumar, você se importa ?
Pandora - Não, mas poderia me dar um cigarro ?

Fiquei ali com ela, fumamos dois cigarros, e depois comi uma pastilha de menta para não dar bandeira na sala de aula.
Na saída encontrei com Ly sempre compreensivo, peguei uma carona com ele para ir ao trabalho e no caminho fomos conversando.

Lysandre - Eu sei que você não o traiu.
Pandora - Pena que ele não me deixa falar nem explicar nada !
Lysandre - Castiel é assim mesmo, mas relaxa, ele vai te deixar falar quando for a hora. Ele não está saindo de casa, passa a maior parte do tempo compondo e segundo Armin foram as letras mais tristes que ele já escreveu.
Pandora - Você já conversou com ele sobre isso ?
Lysandre - Não precisei tocar no assunto, ele apareceu em casa chorando um dia desses, disse que sentia sua falta.
Pandora - E porque ele não vem falar comigo ?
Lysandre - Ele é orgulhoso, mas se ele chorou na minha frente por sua causa, acredite ele está sofrendo muito ! Nunca o vi chorar, essa foi a primeira vez.

sábado, 18 de agosto de 2012

V.3 Décimo Capitulo

Já esta anoitecendo quando Castiel voltou do mercado com algumas coisas para comermos.

Castiel - Amor, vamos comer.
Pandora - Só um segundo, vou lavar as mãos. 


Do banheiro fiquei pensando em como eu amava aquele cara e que nada poderia nos afastar agora.
Quando voltei para cozinha Cast estava com meu celular na mão e com os olhos cheios de lágrimas.

Pandora - O que aconteceu meu amor ?

Ele desviou do meu abraço largou o celular em cima da mesa, e saiu andando pela sala, estava nervoso mas eu não sabia porque.
Pandora - O que houve ? 
Castiel - Que merda de mensagem é essa que você recebeu do Nathaniel ? 

Peguei o celular de cima da mesa sem entender nada e li uma mensagem que dizia assim "não se preocupe, eu não conversei com você aquele dia pra não dar bandeira, mas ele não vai ficar sabendo de nada e entre a gente vai continuar a mesma coisa. Espero que você esteja bem."  Ele olhava na minha direção mas não me encarava, não olhava para mim.

Pandora - Eu juro que não sei do que se trata.. 

Castiel - Vai pro inferno Pandora ! Você tá tendo um caso com meu inimigo ?
Pandora - Claro que não amor !
Castiel - Não me chama de amor ! Não me chama de nada. Cara, eu fiz de tudo por você, o que tava faltando ? O que esse mauricinho tem ?
Pandora - Dá pra me ouvir ?
Castiel - Não, eu não quero te ouvir ! Porque qualquer coisa que você falar para mim agora vai ser mentira!
Pandora - Eu não estou tendo um caso com ninguém !
Castiel - Já disse que não quero ouvir !
Pandora - Por favor !
Castiel - Sai de perto de mim ! Melhor ainda, sai da minha vida ! Vai lá ficar com o seu engravatado e me deixa sozinho, eu estava melhor antes de você aparecer na minha vida !
Pandora - Eu te amo caralho !
Castiel - Foda-se eu não acredito mais em você ! Some de perto de mim ! 


Sai da casa chorando como uma criança que perde a mãe no meio da multidão. Eu não sabia como voltar para casa... Nem isso eu sabia mais. Chamei um táxi e em menos de meia hora eu estava em casa.
Não na casa do amor da minha vida, não no nosso refúgio, mas no meu quarto, frio e vazio. Só tinha a minha cama ali e algumas roupas jogadas dentro do guarda-roupa.
A vida sempre dá um jeito de estragar tudo, ou talvez a culpa fosse só minha. De qualquer maneira eu ainda não tinha entendido que ele havia me deixado, talvez quando a poeira abaixasse ele acabasse por notar que tinha nascido para mim, ou talvez nunca mais olhasse na minha cara.
Não sei dizer por quantas horas chorei aos berros sozinha em casa, só sei que acordei onze horas da noite com a minha mãe batendo na porta do quarto. Eu havia chorado até dormir.

Sra. Michelly - Filha, eu sinto muito ...
Pandora - O que você sabe ?
Sra. Michelly - Castiel contou tudo para nós quando chegou em casa.
Pandora - Eu não fiz nada ! Eu juro ! 


Minha mãe sentou na cama ao meu lado e me abraçou...
Eu tinha o perdido e é como dizem "só a casa estende os braços a quem procura abrigo". Minha mãe estava do meu lado mesmo eu tendo me mandado de casa e o cara por quem eu tanto briguei tinha me deixado.
E agora ?

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

V.3 Nono Capitulo

Acordamos com o a luz do sol incomodando nossos olhos e com o celular de Cast tocando sem parar.

Castiel - Hm, fala mãe... Não vou dizer onde estamos. Não vamos voltar até vocês não pararem de agir como crianças. Estamos bem. Quando vocês se resolveram nós voltamos, entrem em um acordo. 
Desligou o celular e voltou a se deitar, eu o olhei fumar um cigarro inteiro, em silêncio. Só conseguia pensar em como nossa vida parecia um daqueles filmes românticos e complicados, mas que no fim tudo dava certo. Mas, se aquilo tudo era real, onde estaria o fim ?
Fiquei ali pensando em quando nos conhecemos "o garoto de cabelo vermelho que namorava aquela cobra loira" ele era tão arrogante e tão frio, nem parece mais o mesmo. Jamais pensei que aquele garoto que ficava sentado no pátio da escola e vivia arrumando confusão na escola poderia se tornar esse homem que compra uma casa no bosque só pra gente poder ficar junto, que me acorda todos os dias de manhã dizendo que me ama.
Era estranho pensar que aquela mesma pessoa pudesse amar...
Mas talvez ele não fosse mais a mesma pessoa. Alias, acho que não era. Tinha mudado tanto, crescido tanto.
Eu também mudei um pouco, quando entrei no Sweet Amoris estava pensando em arrasar corações, conseguir um namorado talvez, mas o que a vida me deu foi muito mais do que isso... Cast era meu motivo para tudo, meu motivo para querer ser melhor, para sorrir, para levantar todos os dias da cama.
Cinco meses de namoro, mais tempo do que os outros relacionamentos que tive, e ele era tudo para mim.
Mesmo nossas brigas eram importantes, pois sempre acabavam em reconciliação e nunca em um adeus.
Castiel vinha sendo meu apoio eu já não sabia mais sorrir sem ele e só de pensar em perde-lo meu corpo tremia todo.

Castiel - Vai ficar me olhando fumar ?
Pandora - Eu gosto ...
Castiel - Sempre achei isso estranho. HHAHAHA. Você gosta de ver eu desenvolvendo um câncer no
pulmão ?
Pandora - Nunca tinha pensado por esse lado... Então me dá um trago!
Castiel - Você não fuma de estômago vazio...
Pandora - Mas se você vai morrer eu quero morrer também.

V.3 Oitavo Capitulo

Pandora - Tá legal mãe, eu volto para casa...
Sra. Michelly - Fácil assim ?
Pandora - Não, nem tanto. Eu quero saber se você vai começar a embaçar com o meu namoro ...
Sra. Michelly - Hmm...
Sra. Luize - Que isso Michelly, ela namora meu filho.
Sra. Michelly - Por isso mesmo.
Sra. Luize - O que está dizendo ?
Sra. Michelly - Seu filho bebe, fuma, tem esse estilo totalmente estranho,  e você quer que eu o deixe com a minha filha ?
Sra. Luize - Acha que ele não é uma boa pessoa por isso ?
Sra. Michelly - Sim, eu acho. Além do mais, as notas da Pandora cairiam demais desde que eles começaram a namorar, e ela não para mais em casa !
Sra. Luize - Quer saber de uma coisa Pandora ? Se quiser ficar em casa com o Castiel fique ! Agora eu entendo porque você quis sair de casa.
Sra. Michelly - Escute aqui Luize, se você passasse menos tempo viajando e mais tempo cuidando do seu filho nada disso estaria acontecendo.
Castiel - AH CALEM A BOCA ! Vamos sair daqui Pandora. 


Aquilo tudo estava parecendo uma novela. Nossas mães brigando falando um monte de coisas uma para outra, falando da educação que nos deram... E tudo que nós queríamos era ser nós mesmos. Eu queria voltar para casa, mas lá eu não podia ser eu. Alias o único lugar que podia ser eu mesma era ao lado do Cast.
Mas eu sempre soube que ele tinha mudado muito por minha causa, enquanto eu continuava sendo a mesma garota insegura e egoísta de quando a gente se conheceu.

Pandora - Então, para onde vamos ?
Castiel - Sei lá, vamos andar a noite toda sem rumo.
Pandora - Sério ?
Castiel - Mais ou menos. Quero te mostrar um lugar.


Pegamos um táxi que deu tantas voltas e passou por tantos lugares que eu adormeci. Quando acordei o táxi havia estacionado e Castiel me olhava ansioso.

Castiel - Vem...

Era uma casa, no meio de um bosque... Por mais escuro que estivesse eu não fiquei com medo, pois eram muitas arvores, muita cor, cores tão vibrantes que até na escuridão se destacavam.

Pandora - Tá ficando louco de entrar nessa casa que você nem conhece ?
Castiel - AHHAHA, a casa é minha.
Pandora - Já sei, você vinha aqui quando era criança ?
Castiel - Não, faz algumas semanas que comprei aqui.
Pandora - Comprou ?
Castiel  - Tá, meu pai comprou, vem, entra logo.


 A casa era simples, mas bem grande, quer dizer, seria minúscula perto das nossas casas, mas era aconchegante, parecia uma casinha de boneca... Com cortinas vermelhas e um cheiro de torta no ar. Fiquei com medo de que não tivesse energia elétrica, mas logo que entramos Cast tacou a mão no interruptor.

Castiel - Então, o que acha ?
Pandora - É muito fofa ...
Castiel - Aqui vai ser nosso esconderijo... Quando precisarmos fugir do mundo, simplesmente escrever, ou quando você precisar fugir de mim é só vir para cá...
Pandora - Nossa... isso é romântico.
Castiel - Você acha ? 


Me sentei no sofá de dois lugares e Cast subiu no meu colo... Começou a me beijar lentamente.
Castiel ficava ainda mais bonito quando a luz da lua tocava seu rosto. Ah, ele era bonito de qualquer jeito. Aquilo tudo era perfeito.
Só ele e eu, numa casa em meio a lindas arvores, e o cheiro de amor que se propagava no ar.
Quem não o amaria ?

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

V.3 Sétimo Capitulo

Castiel - Vai ver não é tão ruim amor...
Pandora - Eu preferia passar um fim de semana inteiro com a Ambre...
Castiel - Nossa, odiou tanto assim meus pais ?
Pandora - Não ! Seus pais são uns amores, minha mãe que me incomoda.
Castiel - Apesar de tudo eu sei que você a ama, ela é sua mãe, não tem nada que não faria por você.
Pandora - É, eu sei... mas ela fica com aquele olhar repreensivo...
Castiel - Porque ela quer que você dê o seu melhor, olha ela nunca vai te aceitar totalmente, mas ela vai te amar incondicionalmente. 


Tínhamos bebido quatro latas, eu me deitei no tapete quente e macio do chão da sala, Cast se deitou ao meu lado passando o braço por de baixo da minha cabeça, me lembro de ter encostado a cabeça no seu peito e fechado os olhos.
Acordamos com uma conversa, quase que aos berros, de nosso pais. Alguém pedia uma linha oitenta aqui, o outro perguntava onde estariam as caixas de iscas, o outro procurava o chapéu da sorte.

Castiel - Pai ! Estamos tentando dormir !
Sr. Robert - Ah filho, então vá para o quarto ! 

Estavámos quase chegando naquela cama macia e confortável quando Robert grita da sala

Sr. Robert - CASTIEL ! SUA MÃE PEDIU PARA LHE AVISAR QUE HOJE A TARDE SAIRA PARA FAZER COMPRAS COM A MÃE DA PANDORA E QUER QUE VOCÊS DOIS AS ACOMPANHEM ! 

Olhei para Cast sem entender nada, pois ainda não tinha acordado direito, e ele me respondeu com um aceno negativo com a cabeça e deu de ombros para o que seu pai havia gritado. Nos jogamos na cama, e sinceramente eu poderia dormir pra sempre.
Mas o meu sempre acabou quando Luize chegou no quarto cutucando o filho e falando para nos arrumarmos pois o dia seria muito divertido. Acabamos levantando, já que parecia que minha sogra estaria disposta a nos tirar da cama de qualquer jeito.

Passamos dia todo fazendo compras em lugares que eu NUNCA entraria sozinha, ou por vontade própria.
Minha mãe ficava me empurrando vestidos de seda, dizendo que eram a minha cara. Juro que procurei pelo menos uma caveira, um rebite, qualquer coisa de couro ! Mas o máximo que consegui achar foi uma jaqueta de couro italiana vermelha, era linda ! E minha mãe nem reclamou do preço ! Parecia que ela faria qualquer coisa para colocar qualquer cor, que não fosse preto, no meu guarda roupa.
Apesar de tudo foi divertido. Luize e minha mãe pareciam estar se dando bem, e rimos muito com as roupas que Luize tentava fazer Cast vestir.
Por fim, demos uma passada na praça de alimentação, isso já deveria ser umas cinco horas da tarde.

Sra. Michelly - Eu gostei muito da jaqueta que você escolheu ... vai dar um pouco de cor para você.
Pandora - Achei ela bonita.
Sra. Michelly - Foi um dia agradável hoje, não foi ?
Pandora - É, foi divertido.
Sra. Michelly - Poderiamos repetir isso as vezes ...
Pandora - É, mas ai a gente pode ir em alguma loja que venda roupas pra mim ?
Sra. Michelly - Tudo bem.. a gente vê isso. 

Eu estava tomando um café forte quando Luize surgiu com uma história que me fez queimar a lingua.

Sra. Luize - Então, quando vão se casar ?
Castiel - CASAR ?
Luize - É filho, vocês etão morando juntos, já dividem a mesma cama, é praticamente um casamento.
Castiel - Não, não é.
Pandora - Não é mesmo !
Sra. Michelly - Na verdade... eu devo concordar com a Luize.
Pandora - Tá louca mãe ?
Castiel - Um dia, a gente casa, mas somos muito novos !
Pandora - É, e faz quase seis meses que estamos juntos... E uma semana que estou ficando na sua casa, mas eu não pretendo ficar lá, tenho um emprego logo mais arrumo um lugar pra mim.
Sra. Michelly - Com o salário que você ganha ? Não paga nem um hotel de beira de estrada.
Sra. Luize - É querida, se você não quer voltar para casa tudo bem, você pode ficar em casa, mas ai marcaremos a data do casamento.
Pandora - Me deem licença um minuto. Castiel, vamos conversar. 


Nos afastamos um pouco da mesa, e eu com as mãos frias comecei a falar

Pandora - Nossas mães estão loucas !
Castiel - Elas estão tentando fazer você voltar para casa, se uniram contra nós.  HAHAHAHA
Pandora - Você acha engraçado ?!
Castiel - Você não acharia ? Relaxa amor.
Pandora - Vou voltar pra casa...
Castiel - O que ?! Porque ? Tá tão bom ...
Pandora - Pra acabar com essa maluquice !
Castiel - Você quem sabe. 

Eu tinha uma proposta na mente, não sabia se minha mãe ia aceitar, verdade que, ela poderia dizer que aceitava na hora e depois mudar de ideia. Ela era cheia de voltar atrás no que dizia. Mas de qualquer jeito qualquer coisa era melhor do que aquele papo de casamento. Tá, eu sabia que elas não iriam nos obrigar a casar, e que aquilo não passava de um blefe, mas era verdade que estávamos praticamente casados, e em bora fosse bom acordar todos os dias com meu namorado ao mesmo tempo era como se eu tivesse envelhecido trinta anos em uma semana.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

V.3 Sexto Capitulo

Sentamos a mesa de forma que as familias ficassem intercaladas, com a minha mãe do lado do pai do Castiel, e meu pai do lado de sua mãe. Eu me sentei em uma ponta da mesa e Cast na outra.
Meu pai tentava conversar com Robert sobre negócios, enquanto meu sogro preferia contar piadas e falar de suas aventuras mais bizarras. Aos poucos fui sentindo que meu pai se tornava uma criança ouvindo história, com os olhos brilhando ele quis saber todos os detalhes da viagem de Robert ao Egito. Acho que no fundo era isso que ele queria ser, não um cara engravatado que passa horas atrás de uma mesa, mas alguém que conhece o mundo como a palma de sua mão.
Minha mãe por outro lado com toda a certeza achava que ser um aventureiro era ser irresponsável, ou no minimo alguém que não aceita a própria idade.
As vezes me pergunto porque meus pais estão junto sendo eles tão diferentes.
Castiel olhava para mim enquanto remexia a comida com o garfo com uma expressão de "socorro" no olhar, a minha não era muito diferente, gostava dos meus sogros, mas queria mesmo era fugir da minha mãe com aquele olhar repreensivo.

Sra. Luize - Me diga uma coisa Michelly, com quantos anos teve sua filha ?
Sra. Michelly - Com vinte e cinco anos... Porque ?
Sra. Luize - Um pouco nova... É que eu queria saber o motivo de você não conseguir lidar com ela.
Sra. Michelly - Eu lido muito bem com a minha filha !
Sra. Luize - Claro que sim... Tanto que ao invés de conversar com ela você a bota pra fora de casa.
Sra. Michelly - Como se conversa com adolescentes ?
Sra. Luize - Se você não sabe ... 

Todos se calaram, um clima pesado estava rodeando nossas cabeças...
Eu precisava enlouquecidamente fumar.
O clima ruim só foi quebrado quando o Dragon começou a uivar lá fora, assim tivemos um motivo para sair da mesa.
Castiel me acompanhou ao quintal e tirou um cigarro de dentro da jaqueta, eu o acendi com as mãos tremendo quando que o fazendo cair.

Castiel - Minha mãe está um pouco afiada hoje...
Pandora - Esse jantar foi uma péssima ideia.
Castiel - Relaxa... Minha mãe está tentando ajudar vocês a fazerem as pazes.
Pandora - Sei lá, acho que não está dando certo. 


Quando voltamos para dentro nossos pais estavam sentados na sala com olhares sérios (menos Robert, é claro, que vivia sorrindo)

Castiel - Então familia... vamos dar uma animada, que tal umas cervejas ?
Sra. Michelly - Você deixa seu filho beber ?
Sra. Luize - Sim, porque ?
Sra. Michelly - Não acha que ele é muito novo ?
Sra. Luize - Por favor, sem moralismo. Vai me dizer que você também não aprontava na idade deles ? Além do mais, só porque você diz  "não" que eles vão te obedecer, eu prefiro deixar ele beber do que descobrir depois que ele bebe e me decepcionar. 


Aquela era a primeira vez que ouvia algo daquilo e com certeza minha mãe também. Ela ficou abismada com o que Luize disse. Mas era bom para ver se ela se tocava, sei lá, de repente me deixar mais livre...
Sr. Robert - Sabe Pierre, você precisa de férias. Que tal pescarmos qualquer final de semana ?
Sr. Pierre - Seria ótimo.
Sr. Robert - Que tal irmos amanhã ? Acho que vai ser o ultimo fim de semana que vou ficar aqui antes de sair de viagem novamente.
Sr. Pierre - Mas você acabou de chegar...
Sr. Robert - Sim, eu sei, mas trabalhar em cruzeiros é isso mesmo.


Então era isso que ele fazia. Passava meses em cruzeiros luxuosos, cruzando o mundo pelos mares. Poxa, deveria ser emocionante. Mas um pouco cansativo também, só de pensar em tanta água me dá agonia.

Sr. Robert - Já que vamos pescar amanhã, porque vocês não dormem aqui ? Então sairemos bem cedo amanhã !
Sra. Michelly - Eu agradeço o convite, mas não podemos.
Sr. Pierre - Que isso Michelly, claro que podemos.
Sra. Luize - Ótimo, vou arrumar o quarto de hospedes para vocês.

Castiel voltou com as cervejas mas todos pareciam ter perdido o interesse nelas. Meu pai tinha ido ver o equipamento de pesca de Robert, e nossas mães estavam no quarto de hospedes provavelmente se alfinetando. Sentamos perto da lareira e embora não saiba como Cast se sentia com tudo aquilo, eu podia jurar que estamos no mesmo barco pensando em como aquela situação era estranha demais.