quarta-feira, 1 de agosto de 2012

V.3 Sexto Capitulo

Sentamos a mesa de forma que as familias ficassem intercaladas, com a minha mãe do lado do pai do Castiel, e meu pai do lado de sua mãe. Eu me sentei em uma ponta da mesa e Cast na outra.
Meu pai tentava conversar com Robert sobre negócios, enquanto meu sogro preferia contar piadas e falar de suas aventuras mais bizarras. Aos poucos fui sentindo que meu pai se tornava uma criança ouvindo história, com os olhos brilhando ele quis saber todos os detalhes da viagem de Robert ao Egito. Acho que no fundo era isso que ele queria ser, não um cara engravatado que passa horas atrás de uma mesa, mas alguém que conhece o mundo como a palma de sua mão.
Minha mãe por outro lado com toda a certeza achava que ser um aventureiro era ser irresponsável, ou no minimo alguém que não aceita a própria idade.
As vezes me pergunto porque meus pais estão junto sendo eles tão diferentes.
Castiel olhava para mim enquanto remexia a comida com o garfo com uma expressão de "socorro" no olhar, a minha não era muito diferente, gostava dos meus sogros, mas queria mesmo era fugir da minha mãe com aquele olhar repreensivo.

Sra. Luize - Me diga uma coisa Michelly, com quantos anos teve sua filha ?
Sra. Michelly - Com vinte e cinco anos... Porque ?
Sra. Luize - Um pouco nova... É que eu queria saber o motivo de você não conseguir lidar com ela.
Sra. Michelly - Eu lido muito bem com a minha filha !
Sra. Luize - Claro que sim... Tanto que ao invés de conversar com ela você a bota pra fora de casa.
Sra. Michelly - Como se conversa com adolescentes ?
Sra. Luize - Se você não sabe ... 

Todos se calaram, um clima pesado estava rodeando nossas cabeças...
Eu precisava enlouquecidamente fumar.
O clima ruim só foi quebrado quando o Dragon começou a uivar lá fora, assim tivemos um motivo para sair da mesa.
Castiel me acompanhou ao quintal e tirou um cigarro de dentro da jaqueta, eu o acendi com as mãos tremendo quando que o fazendo cair.

Castiel - Minha mãe está um pouco afiada hoje...
Pandora - Esse jantar foi uma péssima ideia.
Castiel - Relaxa... Minha mãe está tentando ajudar vocês a fazerem as pazes.
Pandora - Sei lá, acho que não está dando certo. 


Quando voltamos para dentro nossos pais estavam sentados na sala com olhares sérios (menos Robert, é claro, que vivia sorrindo)

Castiel - Então familia... vamos dar uma animada, que tal umas cervejas ?
Sra. Michelly - Você deixa seu filho beber ?
Sra. Luize - Sim, porque ?
Sra. Michelly - Não acha que ele é muito novo ?
Sra. Luize - Por favor, sem moralismo. Vai me dizer que você também não aprontava na idade deles ? Além do mais, só porque você diz  "não" que eles vão te obedecer, eu prefiro deixar ele beber do que descobrir depois que ele bebe e me decepcionar. 


Aquela era a primeira vez que ouvia algo daquilo e com certeza minha mãe também. Ela ficou abismada com o que Luize disse. Mas era bom para ver se ela se tocava, sei lá, de repente me deixar mais livre...
Sr. Robert - Sabe Pierre, você precisa de férias. Que tal pescarmos qualquer final de semana ?
Sr. Pierre - Seria ótimo.
Sr. Robert - Que tal irmos amanhã ? Acho que vai ser o ultimo fim de semana que vou ficar aqui antes de sair de viagem novamente.
Sr. Pierre - Mas você acabou de chegar...
Sr. Robert - Sim, eu sei, mas trabalhar em cruzeiros é isso mesmo.


Então era isso que ele fazia. Passava meses em cruzeiros luxuosos, cruzando o mundo pelos mares. Poxa, deveria ser emocionante. Mas um pouco cansativo também, só de pensar em tanta água me dá agonia.

Sr. Robert - Já que vamos pescar amanhã, porque vocês não dormem aqui ? Então sairemos bem cedo amanhã !
Sra. Michelly - Eu agradeço o convite, mas não podemos.
Sr. Pierre - Que isso Michelly, claro que podemos.
Sra. Luize - Ótimo, vou arrumar o quarto de hospedes para vocês.

Castiel voltou com as cervejas mas todos pareciam ter perdido o interesse nelas. Meu pai tinha ido ver o equipamento de pesca de Robert, e nossas mães estavam no quarto de hospedes provavelmente se alfinetando. Sentamos perto da lareira e embora não saiba como Cast se sentia com tudo aquilo, eu podia jurar que estamos no mesmo barco pensando em como aquela situação era estranha demais.


Nenhum comentário:

Postar um comentário